Ninguém
quer confissões aqui. E nem é, sabe? E nem é importante... Só um pouco... Um
pouquinho. Como se ela tomasse um copo de cerveja, fumasse um Marlboro e
mandasse uns três tomarem no cu. É mais ou menos isso... Isso aqui. Que não
pretende ser confissão nem lembrança. Nem emocionante, nem inteligente. Nem
valerá a sua presença aqui..
E não quero mais o
que não posso ter. Assim estamos livres para sermos um. Só isso. Comuns são os
casais. Nós não somos nada. O problema é que quero muitas coisas simples. Então
pareço exigente. Não posso fazer nada. Então choro, paro, espero, te esporro com mil xingamentos.
Você pode se divertir, você pode ter pena de mim.
Vamos...Vamos logo subir essa escada que leva o amor ao último andar. Então
vamos. Segura firme no corrimão. Respire fundo. Subir tão alto dá vertigem e olhar
para trás deixaria-nos cair. Os erros são medusas. Arrancam as nossas
lembranças boas e tatuam os desaforos e mágoas. Por isso marche. Sinta o meu
perfume enquanto o tempo sopra esse bafo de mudança.
Lembre-se ou
esqueça-se de mim. Coração quebrado tem cura. A paz de não precisar mais
aguardar a perfeição que não existe. Quero somente amortecer os erros e mudar
de idéia. Quem sabe o por quê do que?
Desaparecer... Isso soa mais agradável quando escuto o vento que
insiste em cantar ao bater na persiana da janela desse lugar. É um
canto macio com puxadas bruscas, que leva meu pensamento, tira de mim o
barulho e o silêncio, esquece de mim assim como lembra, odeia e ama,
vira e desvira, apaga e reescreve. Reescreve cada vez mais torto mesmo
estando bonito, arranca os pedaços da página e devora-as. Quero o
nada... Quando procuro o nada, vejo como o preto, porém é branco de luz
forte – confuso, eu sei – muito forte. Digo, o preto é ausência de
cores, deveria ser meu nada, mas não... Até mesmo meu nada tem alguma
coisa. Esse branco de luz forte, tudo ao redor é assim, e não é como se
não existisse gravidade, apenas não existe direção. E quando saio do
meu corpo, vejo que o nada é imenso, quanto mais me afasto do meu
corpo, menos vejo onde estou. É o nada sem fim. Se eu volto ao corpo,
fico cega por tanta claridade. Virei cinza... Agora que sou cinza –
vamos lá, não é branco ou preto – sou cinza... Não sou ausência das
cores como o preto e também não sou todas as cores como o branco. E o
que eu sou? Um metal gelado e brilhoso que fala como os antigos, e ama
intensamente: o preto, o branco e o cinza.
Acho que não existe amor mais, coisa
assim. Deito pra dormir e tenho vontade de chorar a noite toda. Durmo
quando o sol aparece, acordo quando escurece. Converso um pouco e
continuo com a mesma sensação. Não por causa disso, mas eu nunca tive
vontade de viver. Deito outra vez com vontade de chorar. Às vezes
parece que você está do meu lado querendo me abraçar sem poder. Consigo
dormir normalmente, acordo ainda é dia. Passo o tempo trancada no
quarto com as persianas fechadas. Aqui dentro é tudo escuro, aqui
dentro é bem vazio. Dói.
Passo o dia cansada de nada, com sono. Fumo quase um maço inteiro todo
dia, um câncer querendo destruir o outro. De noite o cansaço some, só
existe minha varanda, o céu e você que não está ao meu lado. Eu não
existo mais, nem vivo também. A lua está linda hoje, queria que você
visse também, aqui. Perdi a hora enquanto estava lá fora, mas na
verdade não perdi nada, não tenho nada a perder. Volto pro quarto e me
tranco, tranco tudo, tranco com mil chaves. Ando aqui dentro pisando
nas palavras que eu escrevo, esmagando qualquer coisa que eu sinto ou
“penso em sentir”. Acho que não existe amor mais, coisa assim. Deito
pra dormir e tenho vontade de chorar a noite toda.
Apesar de ter me cansado por não poder sair do lugar, apesar de ter me cansado fazer\falar coisas impulsivamente e acabar ferindo a ti, de ter me cansado por me prender\cativar\agarrar automaticamente contigo de tal forma que me tornasse quase um animal truculento
semi-domesticado que não aceita a presença de outros, por não poder
ser\ter tudo pra tornar-te a pessoa mais feliz de qualquer lugar
habitado ou já habitado... Por eu ter meus mil defeitos camuflados que quando se mostram, saem à tona, explodem atingindo dimensões quilométricas do que eu sou, do que tu és e do que és pra mim, assim como do que sou pra ti. Apesar de me sentir incapaz e saber que realmente sou... Tenho meu maior apreço pelo que não somos nós, pelo que não seremos e nunca fomos. Ainda sim, sentindo o que também sei que sentes por mim, sinto-me inútil, inabitável e inábil a tal amor que talvez – e enfatizo meu “talvez” – não devesse existir, assim como eu. De fato, eu me sinto inválida, apesar das mil e uma utilidades (como dizem por aí). Às vezes falo comigo mesma que, já que existo, ao menos deveria fingir não existir: isolar
tudo o que eu sinto e não deixar que os outros percebam nem mesmo uma
gota dos pontos finais ou vírgulas dos meus sentimentos (profundos ou
não). Talvez, de alguma forma, eu esteja mesmo pagando por uma “vida passada” em que tive muito amor e acabei me dando o luxo de pisar a ponto de esmagar. De qualquer forma, carma ou não, apesar disso tudo, apesar de tantos outros motivos, não sei deixar de pensar em estar ao teu lado, mesmo não sabendo o que é estar.
Um aceno e um sorriso sem graça. Aperto de mãos e dois sorrisos sem graça. Um leve abraço e a pergunta costumeira “tudo bem?”.
Beijo no rosto e nada mais. Um abraço apertado, outro beijo no rosto e
longas horas de conversa. Um abraço apertado e olhos dentro de olhos...
Significado literal: “seja bem-vinda”. Confidências.
Piadas falhas. Sorrisos vezes sem graça, vezes encantados. Freqüente
dilatação das pupilas em cada brisa nas madeixas, a cada mordida nos
lábios, a cada pequeno movimento, como uma droga injetada diretamente
no coração fazendo palpitar desequilibradamente, desordenadamente, desnorteadamente. Era o leve toque daquelas mãos nas minhas.
Músicas calmas e dias chuvosos, vento na janela e cama espaçosa, olhar
demais para o céu e o mar... Coisas que detesto amar sozinha e se não
tu entendes, não entendes meus textos, temo dizer que não entendes a
mim também. Já deveria saber, num intervalo de hoje, amanhã e uma
segunda-feira, o tempo passa rápido, mas nas madrugadas solitárias com
quatro mil luas brilhando na janela, o tempo pára, as nuvens caem e
forram completamente o chão. Num momento de êxtase como esses, a chuva
cai ao contrário enquanto piso em falso. Inversão de pólos. Era uma semana numa madrugada só, eram projeções da mente que se lançavam nas quatro paredes do quarto.
Hoje eu tô sozinha
E não aceito conselho
Vou pintar minhas unhas e meu cabelo de vermelho
Hoje eu tô sozinha
Não sei se me levo ou se me acompanho
Mas é que se eu perder, eu perco sozinha
Mas é que se eu ganhar
Aí é só eu que ganho
Hoje eu não vou falar mal nem bem de ninguém
Hoje eu não vou falar bem nem mal de ninguém
Logo agora que eu parei
Parei de te esperar
De enfeitar nosso barraco
De pendurar meus enfeites
De fazer o café fraco
Parei de pegar o carro correndo
De ligar só pra você
De entender sua família e te compreender
Hoje eu tô sozinha e tudo parece maior
Mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior.
Deitei naquela cama durante horas entre aquelas paredes de concreto,
aparelhos e tubos de remédios. Durante horas me perguntei se era
possível preencher vazio com vazio e confesso que não cheguei à
resposta alguma, mas aquela sensação de que todo meu vazio estava sendo
preenchido com nada continuava. É, isso mesmo! Preenchido com nada!
Também não consegui entender o que acontecia, apenas acontecia. Trocava
os canais da televisão de segundo em segundo, não sossegava por nada,
procurava alguma coisa que não estava ali naquele caixote
eletromagnético. Em quatro momentos daquela noite que me mantive
acordada e inquieta, pensei ter sentido alguém tocar meu rosto...
Alguém tocou meu rosto, um toque extremamente quente em uma pele tão
gelada.
– Luana, você não está melhorando, está?
A pergunta era um tanto óbvia, mas o simples fato de ter perguntado
já era muito mais que alguma coisa, muito mais que apenas nada. Eu
tinha muitas vontades naquela noite... Vontade de beber demasiadamente,
fumar até me faltar ar, fazer alguma coisa bem louca, correr embaixo de
chuva sozinha e sem direção. Mas quando aquela mão segurou a minha...
Ah, aquela mão! Todas as outras vontades caíram no chão quebrando em
pedaços todo aquele piso azulejado.
Acredita que o toque de uma mão na outra consegue derrubar tanta
coisa sem sentido? Mas acredita também que o toque da mesma mão nessa
outra mesma mão consegue fazer ter mil vontades loucas de puxar e
correr o mundo inteiro? Parece que as coisas sem sentido tomam um rumo
novo quando uma mão toca a outra. Eu acordei, e a geladeira está vazia, a última gota de cerveja se foi há pouco, era sonho, agora o desejo
de que alguém segure minha mão logo e me tire dessa enfermidade
horrível está me consumindo por completo.
Pelas paredes do meu quarto ouço passar o tempo, vejo o som
de quem não queria estar ali, sinto tudo e nada sinto. Crescem lírios em minha
janela. Me deito para então você encontrar (...) Presa em meus pensamentos nada
seus, sou levada a ver o quão manipulador isso pode ser. Tal dor exacerba, não deixa-me
abrir os olhos. Havia tomado uma dimensão imatura em meus ignaros pensamentos.
Me via presa, você estava ali, atirando estacas em meu, agora inflamado, coração.
Superego, talvez, mas não suportava tal coisa que
transcendia a realidade. Queria acordar mas me via morrer...e há diversas
mortes que permeiam nossas vidas. É o paradoxo da felicidade que vivemos a
procura da dor. O amor é o ápice da loucura e a imaginação, provavelmente, a
maior força a atuar sobre os nossos sentimentos. Foi hoje, amanhã o que será? Vou
viver acordada.
O problema de sumir é que quando a gente volta tem
que explicar o sumiço. E explicar o sumiço dá muito trabalho, você sabe. Como
hoje estou um pouco exausta, podemos pular essa parte? Faz de conta que
continuo vindo sempre aqui. Faz de conta que temos trocado confidências, que o
tempo não passou, que os cabelos não estão ficando maiores, que o sorriso de
hoje é o mesmo de 10 dias atrás, sem nenhuma marquinha na boca, sem nada
estranho que lembre que o tempo passa. E como passa. O tempo passa muito, passa
rápido, passa rindo da gente.
Hoje eu não quero falar de
amor. Quer saber por quê? Todo mundo fala de amor. As pessoas amam plantas,
vizinhos, objetos, pessoas, sorvetes, cervejas. O que era pra ser amor se
tornou apenas uma palavra. O que era pra ser um sentimento se tornou uma coisa.
Uma simples coisa. Como podem fazer isso com o amor? Me explica. Você pode?
Olha pra mim e me explica. Mas me olha mesmo, tô cansada de palavras soltas,
ando sedenta por olho no olho.Estou desconfiada. O cabeleireiro novo me
chama de amor. Entro na loja e a vendedora diz sorrindo "oi, amada".
Não quero ser o amor de quem acabei de conhecer e entreguei meus lindos cabelos.
Não quero que a vendedora me olhe e diga "amada, essa calça ficou linda em
você". Desculpe, é que tenho um profundo respeito pelas palavras. Nunca na
minha vida disse eu-te-amo sem sentir. Quem eu amo, amo. Para quem a gente não
ama existem tantas coisas: gosto-muito-de-você, gosto-de-você, eu-te-adoro,
você-é-importante-pra-mim.Por que ficam usando o nome do amor em vão?
Olha, eu sou careta. Eu só amo quando digo. E só digo quando amo. Demorei tanto
para sentir o amor. Deve ser porque demorei muito para descobrir o que ele,
afinal de contas, era. É lógico que a gente se engana. Alguns sentimentos se “travestem”
e a gente pensa que eles são amor. Depois, na hora do vamos ver a gente
descobre o que existia por baixo deles. Surpresa! Não era amor, era apenas uma
coisa qualquer. Não que eu esteja desmerecendo os outros sentimentos. Muitas
emoções podem ser lindas - e são - sem chegar nem no dedinho do pé do amor.
Tudo bem, sentir é tão bonito, mas o amor vai além. Você entende? Só quem sente
entende. Sofro tanto de “sincericídeo” que já disse
não-te-amo-ainda-mas-quando-te-amar-te-falo. Sim, já disse isso e prefiro ser
assim do que sair por aí dizendo que amo, amo, amo, amo da boca pra fora.
Eu-te-amo não é com-licença-por-favor-obrigada. Não é palavra mágica. Tem que
vir do coração.
Amor pra mim é aquela vontade da gente se
fundir com o outro até o mundo terminar. Tem um quê de desespero, pois a gente
tem medo da perda. Tem um quê de descontrole, pois ninguém tem domínio de um
sentimento tão puro quanto esse. Tem um quê de coragem, porque a gente passa
por cima de muitas coisas. Tem um quê de paciência. Tem um quê de cumplicidade.
Tem um quê de segredo. Tem uma pitada de muitas coisas. Amar é perder o nojo,
pois amando a gente percebe que o outro é uma pessoa - e as pessoas são sujas
de vez em quando. Amar
é abrir os braços e ir - sem saber o que existe mais adiante.
Tem muito casal que se conhece hoje e amanhã
já tá se amando. Tem muito amigo que se conheceu ontem e agora distribui eu te
amos a todo instante. Pra amar, tem que conhecer. Pra amar, tem que se
perceber. Pra amar, tem que doer um pouco. Porque dói, é uma descoberta, é uma
mudança, é um se ver no outro, é um ver o outro exatamente como ele é - e ainda
assim amar. Tem muita gente que ama torta de maçã. De novo, o amor na boca.
Espera. Guarda o amor pra outra ocasião. Guarda o amor pra quando for
sentimento. Guarda o amor pra quando for verdade. O mundo hoje está assim: todo
mundo diz que ama alguma coisa sem ao menos saber o que significa a palavra amor.
Coração tãopequenininho e apertado, quase vira pó, esmaga tanto que dói. Cabeça tão pesada, tão pesada que me deixa pequenininha
assim. Corpo tão cansado, cansado assim, que deixa sem força até pra
sair da cama. Não há nada mais a fazer, nada mais além de olhar as sombras da cortina no teto do quarto escuro, as coisas estranhas que parecem surgir nos cantos e as brincadeiras que os olhos me pregam.
Posso te mandar um recado e chamar p’ra deitar aqui ao meu lado? Em meio a esses lençóis, almofadas e travesseiros... Fico perdida aqui e tão pequenininha. É... Eu me sinto assim sem você comigo, quero saber até quando, logo eu, tão “forte” e “cheia de si”. O que você faz comigo, menina? Qual é seu encanto? E o que a gente sente é tão grande que mal cabe dentro de mim... Tão pequenininha,
parece que vou explodir. Explodir em mil pedaços que parecem um só. É,
eu sou assim, você sabe e ninguém mais precisa saber. Mas quando tiver
você por perto, serei tão grande... Mas tão grande que o mundo inteiro caberá dentro de mim só pra te dar tudo. Um monte de frase bobinha que talvez não faça muito sentido, um monte de frase bobinha que sai de dentro de mim... Assim, tão pequenininha.
Quando me olhei no espelho, senti
como se fosse outra pessoa ali, por um momento fixei nos meus olhos e
eu parecia afundar dentro deles, faltava ar, faltava chão, tive tontura
e sensação de que estava sem força nenhuma para continuar sobre meus
pés. Não sei quem estava ali do outro lado, mas definitivamente não era
eu, pois havia descoberto um ponto fraco do meu precipício e então
parecia pisar em cima tão delicadamente que doía sem machucar, entende?
E deixava-me presa dentro dos meus próprios olhos.
Sufoquei. Pensei em pedir ajuda, mas ajuda a quem? Fiquei inerte ali. Se afastasse um pouco da pia e do espelho, simplesmente cairia sem vértebras e em prantos; Acabei afastando e despedaçando então, reguei o único ser vivo perdido no meu precipício, uma flor, a mais linda já vista. Intocável.
É, ser vivo! E pensar que tudo morria por lá naquela paisagem cinza,
pensar que nunca veria algo assim, pensar que provavelmente se eu a
tocar, ela morrerá; Tem sido assim... Desde então tem sido impossível
tocá-la, continuo quebrada e a regando com a chuva dos olhos.
Em
meio dessas gigantes desordens e atrasos penso se é aqui que devo
continuar. Quero dizer, o que há de útil em um lugar tão morto pra um
lírio tão bonito? Uma vez dentro daquele lugar, ou se perdem, ou apenas
morrem... Raramente se encontram por lá, raramente vivem por muito
tempo; eu, por exemplo, já morri tantas vezes; às vezes sinto que devo tirar essa flor dali, faz tanto o coração doer por inteiro, em pedaços e no meio. Às vezes é preciso morrer e salvar outra vida.
Depois de tantos silêncios,
resolvi voltar a conversar comigo, ainda que mentalmente. Muitas vezes fico
assim, recostada em mim, pensamento longe, coração andando devagar e analisando
cada cenário que passa em câmera lenta, a vida em preto e branco. E agora tudo
toma cor tão derrepente. Não foi difícil nem tenso, foi diferente.
Meu pensamento fervilha. O coração fica a mil. As idéias
dão saltos mortais. As emoções giram no sentido horário. Será que vou dar
conta? O que fazer quando você tem tudo nas mãos? O que fazer quando seus
sonhos viram verdade? Você acha o amor da sua vida, você e ela se juntam, constituem
uma família. Nós somos uma família. Uma família. Nós, o Bob, nossos cachorros, nossas
historias, nossos sentimentos, não sentimentos, amor. E todas as nossas outras
coisas, nossas caixas, nossos restos, nossos começos, meios e finais. Nós e
nossas manias, nossos sucessos, nossos fracassos, nossos defeitos que ficam na
fronha, nossas qualidades que fazem os olhos ter mais vida. Hoje, aqui, agora,
na hora.
Eu sofri. Meu Deus, como eu sofri com amores errados,
ilusões, migalhas, coisas que achava que eram e nunca foram, tentativas
enlouquecidas de te esquecer, vontades desesperadas. Eu posso dizer para você com todas as
letras do alfabeto eu-sofri-muito. Hoje, vejo que sofri me procurando. É porque
hoje percebo que a gente só encontra o amor depois de se achar. Ou pelo menos
de tentar se encontrar. Eu estava em paz, uma paz boa, uma vontade de ficar
comigo, de ser minha amiga, de fazer dar certo essa relação difícil que existe
entre nós e nós mesmos, de cuidar bem de mim, de tomar conta da minha vida do
jeito certo. Então, ela apareceu. Ela (re)apareceu na minha vida de mansinho.
Eu apareci na vida dela devagarzinho. Nós aparecemos na vida uma da outra, sem
pedir nada, sem cobrar nada, sem dizer nada. Depois, as palavras. Elas, que me
seduzem. Elas, que me envolvem. Elas, que me aproximam. Foram as palavras que
me aproximaram dela. E foram elas que me conduziram até o amor da minha vida.
Entre uma palavra e outra, uma inquietação. Entre uma inquietação e outra, a
curiosidade. Entre uma curiosidade e outra, um medo. Será? Entre um será e
outro, um relâmpago chamado coragem. Fui. Ela veio. Nós fomos. Daquele dia em
diante, não ficamos um dia sequer sem nos falarmos, seja por telefone, e-mail,
mensagem, telepatia. Entre uma conversa e outra, um sentimento. Entre um
sentimento e outro, o amor e, com ele, a definição. Sim. Sim. Sins.
O amor é mesmo maluco. Ele vem quando estamos
distraídos. Ele chega quando menos precisamos dele para nos mostrar o quanto
somos mais felizes junto com alguém. Já vivi situações em que ele podia ter ido
embora. Já senti o medo de perder tudo um dia. Já fiquei me perguntando como
tudo isso seria. Vi que, independente de tudo e acima de qualquer coisa, o amor
é um sentimento que vive em mim, que caminha ao meu lado, que me acompanha
aonde quer que eu vá. Não posso me perder dele, tampouco abrir os dedos e
deixar que ele se vá. É por isso que eu acho que a gente deve cuidar de quem
ama como se fosse a primeira vez. Para amar, tem que ser inteiro. Para amar, a
gente dispensa a matemática, por mais que um mais um seja dois. Para amar, o
bom português basta. É só abrir o coração e boca e dizer eu te amo.
A cada passo, um suspiro e um olhar reluzente de encanto; Dedos
furando a areia da praia, como quando mamãe fazia bolo e afundava o garfo na
massa tão macia; Alguns assuntos sem direção nenhuma, acompanhados de lindos
sorrisos nos lábios teus. Seria isso o que chamamos de sonhar acordadas?
– Nossa, o mar está tão cheio... É lindo, mas assusta um pouco.
– Lua cheia!
– Como?
– Lua cheia – repeti – já deveria saber!
– Não faz mistério, diz logo!
– Um novo (re)começo.
– Um novo começo
Interrompi antes que pudesse completar a frase:
– Espera... Estou na minha maré mais alta agora.
– E o que isso quer dizer?
Eu achei que
nós chegamos tão perto. Mas agora com certeza eu enxergo, que no fim, eu amei
por nós duas.
Desculpa se esqueci de elogiar seu cabelo, ou te dizer"bom dia, amor",
Desculpa não ter dito que te amo ao partir,
Desculpa se errei ao medir as palavras ou se nem fiz questão,
Desculpa não estar perto quando você precisa,
Desculpa não ser tudo que você sempre quis ou nada do que você esperava,
Desculpa correr atrás por amar tanto,
Desculpa querer melhorar por mais difícil que pareça,
Desculpa não querer desistir assim,
Desculpa mas eu não sei o que eu fiz.
Tem coisas que a gente nem
precisa explicar, é só preciso sentir... Não digo sentir de uma forma física - ta,
também dessa forma - mas sentir de dentro de você, como borboletas no estômago,
como um calor que surge de vai saber onde, um arrepio que dá “sem” motivo. Há
tempos que eu não me sentia assim, há tempos que eu não ficava tão bem... Só de
ouvir sua voz, mesmo sabendo que amanhã tudo que falou - depois do “bebi demais”-
já não signifique mais nada... Daí que dizer que há mal que vem para bem, e eu aceito
o sentido literal desse “ditado” ou seja lá o que for. Um presente dado sem
motivo aparente, um beijo roubado sem ter hora pra devolver ou devolvido toda
hora, roubado e devolvido, assim por diante, um abraço apertado daqueles que a
gente nem quer soltar, um carinho que faz não querer acordar, lembranças que não
querem se fazer esquecer, sonhos de chamar de nossa, aquilo que chamamos de
vida.
Eu liguei pra dizer
que estava com saudade de ouvir tua voz, já faz tempo que não escuto,
nem pelo vento, nem pelo tempo. Queria saber... Quer juntar tua escova de
dentes com a minha por alguns dias, ao menos? Ou então quer esperar teu café
da manhã na cama, chá da tarde na varanda e assistir filmes ruins
comigo? É que já fugi tanto... Mas a verdade é que corri em círculos. Porque
pior que fugir de você, é fugir de mim, não existo por completo se você
não existe aqui. Só engano a mim, os outros mesmo vêm que um sorriso
falso e amarelo não representa nada além do vazio que me faz sentir. É
cansativo procurar em outras bocas teu sorriso, em outro colo teu
abrigo... Procurar em outros olhos os teus olhares, já não me traz mais nada.
Não é que eu não tenha nada pra fazer, mas é que as coisas simplesmente não
andam... Por mais que eu as empurre, tudo permanece no lugar e então me sinto
fraca, frágil, melancólica, chata e sem graça, por onde eu passo não fica
brilho, na cama que eu deito é só vazio e solidão. Às vezes o céu até
chora por mim e lava minha alma, às vezes ele se irrita, manda raios,
relâmpagos e trovões, mas mesmo que eu peça desculpas por não ter você aqui, ele
grita, chora e se irrita mais. Acho que o céu não entende que a culpa
não é minha, acho que ele pensa que fazer água bater na minha janela e ventar
na minha cortina vai trazer você aqui... Antes fosse fácil assim.
Como se já não
bastasse, os pássaros lá fora me fazem despertar do único lugar
que eu a encontro, eu me irrito com eles, quase os mando sair da sacada. Mas
acontece que sem você eu fico tão sozinha que prefiro que continuem me
irritando. Não é que isso tudo me deprima, de certa forma me faz bem, o
que faz mal mesmo é saber que só irá continuar em palavras. Por isso
eu prefiro acreditar que as coisas não são assim, em vão, por isso eu prefiro
sentir doer à não sentir nada.
Voltando
ao curso normal de meus pensamentos, é a ti que tenho aqui. E não passa de
outra madrugada em claro em que me pego pensando em ti, por quase um segundo consigo te odiar, depois te amo mais
ainda. E pensar que me mantive sóbria por alguns meses recusando a embebedar-me
com teus beijos, por tanto medo de um provável vício.
Eu não sinto a sua falta. Eu sinto falta da pessoa que eu
pensei que você fosse, aquela que possui caráter.Então os
meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer
dizer tanta,mas tanta coisa que eu vou ficar calada.
Esse é
meu problema, sentimento acumulado demais, eu explodo e me humilho, daí meu
orgulho some... Odeio isso, odeio ter que desabafar e falar parte do tudo que
eu sinto, porque me corroe se eu falo e também se eu não falo. E há quem diga que sou um monte de palavras
presas que quando juntas por muito tempo, explodem.
"Tudo vai dar certo, ta? É pra ser forte,
combinado?"
E é o 'quase' que
tanto me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo que poderia ter
sido e não foi. É o seu falso amor e suas falsas promessas gratuitas -frases
que lhe saiam fáceis e incolores, mas que em mim se cravavam rápidas e agudas,
para sempre-. eu quero
alguém pra me colocar pra dormir, alguém pra me fazer sorrir, alguém pra secar
as lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto. Alguém que me abrace toda
vez que eu precisar, que perceba
que eu preciso desse abraço. eu quero alguém pra dormir comigo
todas as noites, pra me fazer a mais feliz do mundo, pra ser só minha. eu quero alguém que aceite minhas
brincadeiras, que aponte com carinho meus erros, que me repreenda nos meus
momentos de infantilidade, alguém que seja ao mesmo tempo adulto e criança. eu quero alguém que cuide de mim
quando eu precisar de um colo, ou de um remédio, ou dos dois. eu quero alguém pra me ensinar o que é
certo, e o que é errado, também. eu
quero alguém que esteja disposto a passar 24 horas do seu dia comigo, que se
preocupe comigo, que me de atenção, que quando eu precisar largue tudo e venha correndo me ver. eu quero alguém,mas só se esse alguém
for você, senão eu abro mão de tudo isso e fico
sozinha, porque no fundo, não são esses
momentos que eu quero, são momentos com você que eu quero, só isso. Toda
noite eu acordo de madrugada e penso -porque eu to sempre com o travesseiro do meu lado- eu passo a mão na minha testa e volto
a dormir. Que frustrante, sentir falta de alguém que está tão perto e não poder
ver. Espero que isso passe logo... Saudade não mata, mas dói. E está doendo
agora. -No meu passado
você não pode ficar..
Ainda que me
apague da mente, já foi, já passou, já sentiu
- isso se sentiu - mas... Que te apagues aos socos da minha mente ou de formas
mais brutais, pois não esperei o que vejo, o que me fazes sentir, parecer,
ser... Um vão, um nada, é só vazio. Proposital talvez, uma defesa talvez, mas
defesa do que se não te faz mal algum? Se for isso que tu julga sem importância
ou intolerante talvez, o que tu julgarás
como real ? Vejo que julguei mal meus valores também, vejo que sabia tão pouco
sobre tudo que acabou onde acabou - digo acabou - pois acabou mesmo. Infelizmente ou felizmente não temos um botão em nosso
coração com a função de delete ou ctrl z. Confesso, já teria usado tantas vezes
das quais perfurara meu coração .
Só não irei
fazer perguntas demais a mim mesma, pois sei a situação em que me encontro e o
quão frágil isso pode ser, mesmo que não
aparente - nem a mim mesma -. Quem dera ao menos tu tivesses coragem pra dizer –
eu não te amo – mas não a tem, prefere agir como um ladrão que ao entrar na
sena do crime, esfaqueia meu coração e vai embora, fazendo sangrar cada vez
mais. Eu sinto que o diamante quebrou,
quebrou mesmo e eu repito as palavras para enfatizar o que tento dizer, tão
pouco me entendo, tão pouco me entende, tão pouco entendo o que está ao meu
redor, até penso que tão pouco tento, mas então vejo que... Apenas “que”.
Eu me perco, já até enterrei e não quis
desenhar mapa algum, já fingi me perder e não saber como voltar mas é tão confuso e com tão pouco sentido e tudo que eu
digo parece tão pouco, tudo que eu digo está em tão pouco. Não tenho outra
pessoa sentindo o que sinto, pensando o que penso, lendo meus pensamentos, não
tenho e não quero ter... Ou melhor, quero, mas sempre existe um “porém” realçado com o marcador de texto amarelo
nas entrelinhas do que penso ou quero, às vezes porque eu mesma marquei, às
vezes porque alguém já fez questão de marcar. Digo que ainda não aprendi a ler
com tanta atenção as entrelinhas porque sei mesmo que não aprendi, não há mais
ninguém que possa me dizer o que eu sei e não sei, o que li e não li, vivi ou
não vivi, aprendi ou... Ou não aprendi. Fico me flagelando
com as palavras que dão voltas e voltas ao redor do meu próprio ser, da minha
mente, do meu corpo, do meu existir. Talvez porque eu queira respostas e apesar
de saber que nunca terei tais respostas, continuo a buscar, por aventura
talvez, por sonhos talvez... Afinal, não existiriam sonhos se não existissem
uma pequena porcentagem de possibilidade de realizá-los, nem que seja por um
momento ou de alguma forma não tão convencional. Importa que ao ser realizado já se torna real.
O que
me mantêm firme e não me permite cometer os mesmos erros que cometi no passado,
é que de alguma forma eu sinto, eu sei ou ao menos espero, que cheguei até aqui
por algum motivo, que não foi possível “parar o tempo” por algum motivo, e esse
motivo me espera no final ou até mesmo no meio da linha – até porque eu ainda
vou viver mais umas décadas – e nesse caminho de linhas emboladas ou não, eu
terei que decidir ou com a mente ou com o coração. Pois bem, acredito que agora
seja hora do coração descansar, afinal
ainda irei precisar dele no futuro. O que posso fazer agora é ficar bem ou
fingir estar bem (tudo bem, fingir é fora de cogitação) e seguir, apenas
seguir. Mais algumas pedras no caminho não me farão mal, afinal tenho alguns
band-aids no meu coração mas o diamante mesmo... Esse sim foi quebrado. E sabem
o que dizem sobre diamantes?
Já nasci andando pela contra-mão
Mau caráter se você quiser
Tenho alguns band-aids no meu coração
Posso até bancar a sem-vergonha
Anti-depressivos não vão resolver
Mas ainda me mato por você.
E acordar com você , e dizer que você é a coisa mais fofa desse mundo , sentir
você me aninhando e me chamando ao som de “meu bebe” , ver o seu rosto antes
que todo mundo nesse dia , e sentir você pertinho de mim, e ficar apenas ao som
da nossa respiração , e te olhar nos olhos , e ver o quanto eles brilham olhando
pros meus, e te beijar com vontade , e lembrar que você é minha...Perdi .
Alguma coisa que me era essencial , e que já não me é mais . Não me é
necessária , assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então
me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável . Essa
terceira perna eu perdi . E voltei a ser uma pessoa que nunca fui . (…) Ela fazia
de mim uma coisa encontrável por mim mesma , e sem sequer precisar me procurar .
Hoje ela me ligou e sem saber o que dizer , retornei a ligação . Como
de esperado , a mesma não foi atendida . Me encontro aqui prestes a cair em
prantos por pensar que algo pode ter acontecido . O que a faria me ligar ? Uma estadia
no hospital ? Uma mudança repentina ? Um acidente ? Ou algo mais sério talvez
.Tento esperar, tento não dormir, viro de um lado para o outro com a intenção
de acordar, talvez acordar para vida , sei lá , olho para o teto , chão e paredes ,
pego um pedaço de papel e escrevo ao léu do tempo , sinto um vazio , ou então , um
cheio demais a ponto de ficar perdida . Diga-me que não é capaz de brincar com
tal sentimento , seja lá qual for , diga-me que pode curar ... Não diga só para
que repita a terceira vez , pois eu sinto-a fugir . Desculpa não querer desistir
assim . Gosto , adoro , ainda sinto ... Te amo.
Só tenho falado de dor
e sofrimento,
ainda sim que falando de amor. Não consigo mais controlar essa turbulência –
e meu uso excessivo dessa palavra – toda sozinha, não preciso só de
mãos, preciso de braços, abraços longos, quentes, sólidos, doces.
Já havia dito antes e volto a dizer: ninguém carrega toneladas, sozinho, nem
mesmo aos poucos, tudo se torna cansativo e desgastante. E quando não se tem
pra onde fugir mais, foge pra dentro de si, tranca-se junto a
um medo avassalador e a um desespero imensurável... Sim, eu tenho medo, muitos
medos que talvez não precisem ser citados, mas o maior deles é me perder
– mais – não saber onde pisar e nem mesmo saber se tenho chão para cair. Talvez
seja isso que falta... Chão.
Na verdade, tem faltado mais que isso, mas nunca fui
de reclamar do que me falta – até o ponto que incomodasse, machucasse,sangrasse,
perfurasse o meu ser – quem sou eu pra reclamar do que falta quando sei o que tenho?
Sempre acreditei que vale mais poucas coisas valiosas que muitas coisas de
nenhum valor, o problema é que cheguei a um ponto em que talvez devesse “reaver”
os meus valores, pois não tenho recebido em troca. Não que eu
espere algo em troca de tudo, mas nunca receber nada é frustrante. Ando tão cheia de muitos “talvez” que
tenho mais medo de... Medo de tudo. Tudo feito com muita precaução, com pouca (ou
nenhuma) expectativa\ansiedade.
Pessoas mostrando seus reais méritos a mim, em grande parte,
fazendo com que perca a esperança sobre tais, perco até sobre eu mesma. E antes
que perguntem onde está o meu “ego”,
quero deixar claro que isso não vem ao caso. Todo mundo cansa, ninguém é de
ferro, sendo assim não tem nada a ver com a concepção que tenho
sobre mim. Transformar meus sentimentos em palavras não tem ajudado tanto,
ainda que...
Continuo - e por si
só – o sentimento toma parte de mim,ocupa todo o lugar , no meu coração . Faz
sangrar , faz doer e quantas pessoas já tentaram entrar aqui . Entre dez
caminhos , eu escolho o seu,entre os amores eu escolho o teu , entre as
escolhas , minha escolha é você . E que eu derrame mil lágrimas , a nunca ter o que
me queime,a nunca ter o que me mova .
Não posso te perder - mas involuntariamente já
o faço - permanece então , apenas os rastros de um lugar já ocupado por você ,
agora oco , sem vida em meu corpo , meu coração se foi com o teu .
Mas continuo...
As portas estão
fechadas , foi trancafiado a mil chaves – até então – jogaram-nas fora . Não
sei o que quero mas o que não quero , parece estar sempre ao meu alcance . As
entranhas em meu coração escondem caminhos que – penso eu – jamais
chegar.Continuo e somente só.
B:
Nate está esperando pela minha resposta.
C: Eu soube.
B: Não quer saber o que está me impedindo? Não posso responder a ele sem saber
da sua resposta. Daquela pergunta que te fiz há muito tempo. O que somos,
Chuck?
C: Blair...
B: No último outono, você falou que não poderíamos ficar juntos. E acreditei em você. Mas cada vez que
tento seguir em frente, você aparece, agindo como...
C: Agindo como o quê?
B: Como... Talvez só queira que eu seja tão infeliz quanto você é.
C: Nunca desejaria isso a ninguém. Quero que seja feliz.
B: Então olhe bem fundo na sua alma, que sei que tem, e diga se o que sente por
mim é verdadeiro. Ou se é um jogo. Se for real... Daremos um jeito. Todos nós.
Mas se não é... Então, por favor, Chuck, deixe-me ir.
C: É só um jogo. Odeio perder. Está livre para ir.
B: Obrigada.
S: Chuck, por que fez isso?
C: Porque a amo. E não posso fazê-la feliz.
Apesar
de ter me cansado por não poder sair do lugar, apesar de ter me cansado
fazer\falar coisas impulsivamente e acabar ferindo a ti, de ter me cansado
por me prender\cativar\agarrar automaticamente contigo de tal forma que me
tornasse quase um animal semi-domesticado que não aceita a presença de
outros, por não poder ser\ter tudo pra tornar-te a pessoa mais feliz de
qualquer lugar habitado ou já habitado... Por eu ter meus mil truculentodefeitos
camuflados que quando se mostram, saem à tona, explodem atingindo dimensões quilométricas
do que eu sou, do que tu és e do que és pra mim, assim como do que sou pra ti.
Apesar de me sentir incapaz e saber que realmente sou... Tenho meu maior apreço
pelo que não somos nós, pelo que não seremos e nunca fomos.
Ainda sim, sentindo o que também sei que sentes por mim, sinto-me inútil,
inabitável e inábil a tal amor que talvez – e enfatizo meu “talvez” – não devesse existir, assim como eu. De fato, eu me sinto inválida,
apesar das mil e uma utilidades
(como dizem por aí). Às vezes falo comigo mesma que, já que existo, ao menos
deveria fingir não existir: isolartudo o queeu sintoe
não deixar que os outros percebam nem mesmo uma gota dos pontos finais ou
vírgulas dos meus sentimentos (profundos ou não).
Talvez,
de alguma forma, eu esteja mesmo pagando por uma “vida passada” em que tive
muito amor e acabei me dando o luxo de pisar a ponto de esmagar.
De qualquer forma, carma ou não, apesar disso tudo, apesar de tantos outros
motivos, não sei deixar de pensar em estar ao teu lado, mesmo não sabendo o
que é estar.