sábado, 7 de agosto de 2010

Com o coração nas alturas...



Depois de tantos silêncios, resolvi voltar a conversar comigo, ainda que mentalmente. Muitas vezes fico assim, recostada em mim, pensamento longe, coração andando devagar e analisando cada cenário que passa em câmera lenta, a vida em preto e branco. E agora tudo toma cor tão derrepente. Não foi difícil nem tenso, foi diferente.


Meu pensamento fervilha. O coração fica a mil. As idéias dão saltos mortais. As emoções giram no sentido horário. Será que vou dar conta? O que fazer quando você tem tudo nas mãos? O que fazer quando seus sonhos viram verdade? Você acha o amor da sua vida, você e ela se juntam, constituem uma família. Nós somos uma família. Uma família. Nós, o Bob, nossos cachorros, nossas historias, nossos sentimentos, não sentimentos, amor. E todas as nossas outras coisas, nossas caixas, nossos restos, nossos começos, meios e finais. Nós e nossas manias, nossos sucessos, nossos fracassos, nossos defeitos que ficam na fronha, nossas qualidades que fazem os olhos ter mais vida. Hoje, aqui, agora, na hora.


Eu sofri. Meu Deus, como eu sofri com amores errados, ilusões, migalhas, coisas que achava que eram e nunca foram, tentativas enlouquecidas de te esquecer, vontades desesperadas. Eu posso dizer para você com todas as letras do alfabeto eu-sofri-muito. Hoje, vejo que sofri me procurando. É porque hoje percebo que a gente só encontra o amor depois de se achar. Ou pelo menos de tentar se encontrar. Eu estava em paz, uma paz boa, uma vontade de ficar comigo, de ser minha amiga, de fazer dar certo essa relação difícil que existe entre nós e nós mesmos, de cuidar bem de mim, de tomar conta da minha vida do jeito certo. Então, ela apareceu. Ela (re)apareceu na minha vida de mansinho. Eu apareci na vida dela devagarzinho. Nós aparecemos na vida uma da outra, sem pedir nada, sem cobrar nada, sem dizer nada. Depois, as palavras. Elas, que me seduzem. Elas, que me envolvem. Elas, que me aproximam. Foram as palavras que me aproximaram dela. E foram elas que me conduziram até o amor da minha vida. Entre uma palavra e outra, uma inquietação. Entre uma inquietação e outra, a curiosidade. Entre uma curiosidade e outra, um medo. Será? Entre um será e outro, um relâmpago chamado coragem. Fui. Ela veio. Nós fomos. Daquele dia em diante, não ficamos um dia sequer sem nos falarmos, seja por telefone, e-mail, mensagem, telepatia. Entre uma conversa e outra, um sentimento. Entre um sentimento e outro, o amor e, com ele, a definição. Sim. Sim. Sins.


O amor é mesmo maluco. Ele vem quando estamos distraídos. Ele chega quando menos precisamos dele para nos mostrar o quanto somos mais felizes junto com alguém. Já vivi situações em que ele podia ter ido embora. Já senti o medo de perder tudo um dia. Já fiquei me perguntando como tudo isso seria. Vi que, independente de tudo e acima de qualquer coisa, o amor é um sentimento que vive em mim, que caminha ao meu lado, que me acompanha aonde quer que eu vá. Não posso me perder dele, tampouco abrir os dedos e deixar que ele se vá. É por isso que eu acho que a gente deve cuidar de quem ama como se fosse a primeira vez. Para amar, tem que ser inteiro. Para amar, a gente dispensa a matemática, por mais que um mais um seja dois. Para amar, o bom português basta. É só abrir o coração e boca e dizer eu te amo.

4 comentários:

  1. legendar a conversa da alma,
    sacudir nas coisas uma lembrança,
    chamada amor!
    nielson

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  2. aaaaaaaah *-* que vontade de viver o que vc ta vivendo :/ seriooo, aproveita ao maximo todo esse amor :}

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  3. seu blog é lindo, assim como voce.

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  4. O poema é seu? Se for, parabéns! É muito bonito!
    ass.fprieto (estou no Recanto das Letras)

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