sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Madrugada


Finjo não estar aqui
Pois não quero que perceba
Assim tão perto e longe
Não quero atrapalhar
Esse teu sono tão bonito
Sono, sonho e luar

Fico aqui como anjo da guarda
E te toco com o vento lá de fora
Sussurro nos teus ouvidos
O silêncio da madrugada
Beijo tua boca até secar
Teu mar rosa, rosa cor de mar

Ainda sim não acordarás
Do teu sono leve de cinco penas
Mas quando acordares, já terei partido
E tua cama de ponta a ponta revirada
Quando pensares que sonhaste comigo
Não foi sonho nada, ali mesmo eu estava

Com sorrisos correrás teu dia
E cada ruela que passares, estarei lá também
Fingindo ser uma “qualquer pessoa”
Que não sabe nem onde está
Pra passar despercebida
O dia todo, todos os dias

Pois é de noite que te vigio
Quando deitas em tua cama
E logo fecha os olhos
Para o escuro não ver
Estou lá bem quietinha 
Mais uma noite a te zelar

Então dorme, minha menina
Dorme logo e bem calminha
Pra poderes me escutar
Não sei bem fazer poesia
Não sei bem como rimar
Mas me encanta te amar.