quinta-feira, 22 de julho de 2010

Minha dispnéia umbrática


 Eu liguei pra dizer que estava com saudade de ouvir tua voz, já faz tempo que não escuto, nem pelo vento, nem pelo tempo. Queria saber... Quer juntar tua escova de dentes com a minha por alguns dias, ao menos? Ou então quer esperar teu café da manhã na cama, chá da tarde na varanda e assistir filmes ruins comigo? É que já fugi tanto... Mas a verdade é que corri em círculos. Porque pior que fugir de você, é fugir de mim, não existo por completo se você não existe aqui. Só engano a mim, os outros mesmo vêm que um sorriso falso e amarelo não representa nada além do vazio que me faz sentir. É cansativo procurar em outras bocas teu sorriso, em outro colo teu abrigo... Procurar em outros olhos os teus olhares, já não me traz mais nada.
Não é que eu não tenha nada pra fazer, mas é que as coisas simplesmente não andam... Por mais que eu as empurre, tudo permanece no lugar e então me sinto fraca, frágil, melancólica, chata e sem graça, por onde eu passo não fica brilho, na cama que eu deito é só vazio e solidão. Às vezes o céu até chora por mim e lava minha alma, às vezes ele se irrita, manda raios, relâmpagos e trovões, mas mesmo que eu peça desculpas por não ter você aqui, ele grita, chora e se irrita mais. Acho que o céu não entende que a culpa não é minha, acho que ele pensa que fazer água bater na minha janela e ventar na minha cortina vai trazer você aqui... Antes fosse fácil assim.


Como se já não bastasse, os pássaros lá fora me fazem despertar do único lugar que eu a encontro, eu me irrito com eles, quase os mando sair da sacada. Mas acontece que sem você eu fico tão sozinha que prefiro que continuem me irritando. Não é que isso tudo me deprima, de certa forma me faz bem, o que faz mal mesmo é saber que só irá continuar em palavras. Por isso eu prefiro acreditar que as coisas não são assim, em vão, por isso eu prefiro sentir doer à não sentir nada.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

é, menina


                            

Voltando ao curso normal de meus pensamentos, é a ti que tenho aqui. E não passa de outra madrugada em claro em que me pego pensando em ti, por quase um segundo consigo te odiar, depois te amo mais ainda. E pensar que me mantive sóbria por alguns meses recusando a embebedar-me com teus beijos, por tanto medo de um provável vício.
Eu não sinto a sua falta. Eu sinto falta da pessoa que eu pensei que você fosse, aquela que possui caráter. Então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta,mas tanta coisa que eu vou ficar calada.
Esse é meu problema, sentimento acumulado demais, eu explodo e me humilho, daí meu orgulho some... Odeio isso, odeio ter que desabafar e falar parte do tudo que eu sinto, porque me corroe se eu falo e também se eu não falo. E há quem diga que sou um monte de palavras presas que quando juntas por muito tempo, explodem.


"Tudo vai dar certo, ta? É pra ser forte, combinado?"


E  é o 'quase' que tanto me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. É o seu falso amor e suas falsas promessas gratuitas -frases que lhe saiam fáceis e incolores, mas que em mim se cravavam rápidas e agudas, para sempre-.
eu quero alguém pra me colocar pra dormir, alguém pra me fazer sorrir, alguém pra secar as lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto. Alguém que me abrace toda vez que eu precisar, que perceba que eu preciso desse abraço. eu quero alguém pra dormir comigo todas as noites, pra me fazer a mais feliz do mundo, pra ser só minha. eu quero alguém que aceite minhas brincadeiras, que aponte com carinho meus erros, que me repreenda nos meus momentos de infantilidade, alguém que seja ao mesmo tempo adulto e criança. eu quero alguém que cuide de mim quando eu precisar de um colo, ou de um remédio, ou dos dois. eu quero alguém pra me ensinar o que é certo, e o que é errado, também. eu quero alguém que esteja disposto a passar 24 horas do seu dia comigo, que se preocupe comigo, que me de atenção, que quando eu precisar largue tudo e venha correndo me ver. eu quero alguém,mas só se esse alguém for você, senão eu abro mão de tudo isso e fico sozinha, porque no fundo, não são esses momentos que eu quero, são momentos com você que eu quero, só isso. Toda noite eu acordo de madrugada e penso -porque eu to sempre com o travesseiro do meu lado- eu passo a mão na minha testa e volto a dormir. Que frustrante, sentir falta de alguém que está tão perto e não poder ver. Espero que isso passe logo... Saudade não mata, mas dói. E está doendo agora.
-No meu passado você não pode ficar..
 

-

acabou.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Por toda a vida e mais um dia



Ainda que me apague da mente, já foi, já passou, já sentiu - isso se sentiu - mas... Que te apagues aos socos da minha mente ou de formas mais brutais, pois não esperei o que vejo, o que me fazes sentir, parecer, ser... Um vão, um nada, é só vazio. Proposital talvez, uma defesa talvez, mas defesa do que se não te faz mal algum? Se for isso que tu julga sem importância ou intolerante talvez, o que tu julgarás como real ? Vejo que julguei mal meus valores também, vejo que sabia tão pouco sobre tudo que acabou onde acabou - digo acabou - pois acabou mesmo. Infelizmente ou felizmente não temos um botão em nosso coração com a função de delete ou ctrl z. Confesso, já teria usado tantas vezes das quais perfurara meu coração .


Só não irei fazer perguntas demais a mim mesma, pois sei a situação em que me encontro e o quão frágil isso pode ser, mesmo que não aparente - nem a mim mesma -. Quem dera ao menos tu tivesses coragem pra dizer – eu não te amo – mas não a tem, prefere agir como um ladrão que ao entrar na sena do crime, esfaqueia meu coração e vai embora, fazendo sangrar cada vez mais. Eu sinto que o diamante quebrou, quebrou mesmo e eu repito as palavras para enfatizar o que tento dizer, tão pouco me entendo, tão pouco me entende, tão pouco entendo o que está ao meu redor, até penso que tão pouco tento, mas então vejo que... Apenas “que”.


Eu me perco, já até enterrei e não quis desenhar mapa algum, já fingi me perder e não saber como voltar mas é tão confuso e com tão pouco sentido e tudo que eu digo parece tão pouco, tudo que eu digo está em tão pouco. Não tenho outra pessoa sentindo o que sinto, pensando o que penso, lendo meus pensamentos, não tenho e não quero ter... Ou melhor, quero, mas sempre existe um “porém” realçado com o marcador de texto amarelo nas entrelinhas do que penso ou quero, às vezes porque eu mesma marquei, às vezes porque alguém já fez questão de marcar. Digo que ainda não aprendi a ler com tanta atenção as entrelinhas porque sei mesmo que não aprendi, não há mais ninguém que possa me dizer o que eu sei e não sei, o que li e não li, vivi ou não vivi, aprendi ou... Ou não aprendi. Fico me flagelando com as palavras que dão voltas e voltas ao redor do meu próprio ser, da minha mente, do meu corpo, do meu existir. Talvez porque eu queira respostas e apesar de saber que nunca terei tais respostas, continuo a buscar, por aventura talvez, por sonhos talvez... Afinal, não existiriam sonhos se não existissem uma pequena porcentagem de possibilidade de realizá-los, nem que seja por um momento ou de alguma forma não tão convencional. Importa que ao ser realizado já se torna real.


O que me mantêm firme e não me permite cometer os mesmos erros que cometi no passado, é que de alguma forma eu sinto, eu sei ou ao menos espero, que cheguei até aqui por algum motivo, que não foi possível “parar o tempo” por algum motivo, e esse motivo me espera no final ou até mesmo no meio da linha – até porque eu ainda vou viver mais umas décadas – e nesse caminho de linhas emboladas ou não, eu terei que decidir ou com a mente ou com o coração. Pois bem, acredito que agora seja hora do coração descansar, afinal ainda irei precisar dele no futuro. O que posso fazer agora é ficar bem ou fingir estar bem (tudo bem, fingir é fora de cogitação) e seguir, apenas seguir. Mais algumas pedras no caminho não me farão mal, afinal tenho alguns band-aids no meu coração mas o diamante mesmo... Esse sim foi quebrado. E sabem o que dizem sobre diamantes?

terça-feira, 6 de julho de 2010

Desajustado





Já nasci andando pela contra-mão
Mau caráter se você quiser
Tenho alguns band-aids no meu coração
Posso até bancar a sem-vergonha
Anti-depressivos não vão resolver
Mas ainda me mato por você.



[Faichecleres - Desajustado]

domingo, 4 de julho de 2010

Quod me nutrit me destruit



E acordar com você , e dizer que você é a coisa mais fofa desse mundo , sentir você me aninhando e me chamando ao som de “meu bebe” , ver o seu rosto antes que todo mundo nesse dia , e sentir você pertinho de mim, e ficar apenas ao som da nossa respiração , e te olhar nos olhos , e ver o quanto eles brilham olhando pros meus, e te beijar com vontade , e lembrar que você é minha...Perdi .
 
Alguma coisa que me era essencial , e que já não me é mais . Não me é necessária , assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável . Essa terceira perna eu perdi . E voltei a ser uma pessoa que nunca fui . (…) Ela fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma , e sem sequer precisar me procurar .

Hoje ela me ligou e sem saber o que dizer , retornei a ligação . Como de esperado , a mesma não foi atendida . Me encontro aqui prestes a cair em prantos por pensar que algo pode ter acontecido . O que a faria me ligar ? Uma estadia no hospital ? Uma mudança repentina ? Um acidente ? Ou algo mais sério talvez .Tento esperar, tento não dormir, viro de um lado para o outro com a intenção de acordar, talvez acordar para vida , sei lá , olho para o teto , chão e paredes , pego um pedaço de papel e escrevo ao léu do tempo , sinto um vazio , ou então , um cheio demais a ponto de ficar perdida . Diga-me que não é capaz de brincar com tal sentimento , seja lá qual for , diga-me que pode curar ... Não diga só para que repita a terceira vez , pois eu sinto-a fugir . Desculpa não querer desistir assim . Gosto , adoro , ainda sinto ... Te amo.

sábado, 3 de julho de 2010

Sem título e chão






Só tenho falado de dor e sofrimento, ainda sim que falando de amor. Não consigo mais controlar essa turbulência – e meu uso excessivo dessa palavra – toda sozinha, não preciso só de mãos, preciso de braços, abraços longos, quentes, sólidos, doces. Já havia dito antes e volto a dizer: ninguém carrega toneladas, sozinho, nem mesmo aos poucos, tudo se torna cansativo e desgastante. E quando não se tem pra onde fugir mais, foge pra dentro de si, tranca-se junto a um medo avassalador e a um desespero imensurável... Sim, eu tenho medo, muitos medos que talvez não precisem ser citados, mas o maior deles é me perder – mais – não saber onde pisar e nem mesmo saber se tenho chão para cair. Talvez seja isso que falta... Chão
Na verdade, tem faltado mais que isso, mas nunca fui de reclamar do que me falta – até o ponto que incomodasse, machucasse,sangrasse, perfurasse o meu ser – quem sou eu pra reclamar do que falta quando sei o que tenho? Sempre acreditei que vale mais poucas coisas valiosas que muitas coisas de nenhum valor, o problema é que cheguei a um ponto em que talvez devesse reaver os meus valores, pois não tenho recebido em troca. Não que eu espere algo em troca de tudo, mas nunca receber nada é frustrante.
Ando tão cheia de muitos “talvez” que tenho mais medo de... Medo de tudo. Tudo feito com muita precaução, com pouca (ou nenhuma) expectativa\ansiedade. Pessoas mostrando seus reais méritos a mim, em grande parte, fazendo com que perca a esperança sobre tais, perco até sobre eu mesma. E antes que perguntem onde está o meu ego
, quero deixar claro que isso não vem ao caso. Todo mundo cansa, ninguém é de ferro, sendo assim não tem nada a ver com a concepção que tenho sobre mim. Transformar meus sentimentos em palavras não tem ajudado tanto, ainda que...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

continuo...







Continuo - e por si só – o sentimento toma parte de mim,ocupa todo o lugar , no meu coração . Faz sangrar , faz doer e quantas pessoas já tentaram entrar aqui . Entre dez caminhos , eu escolho o seu,entre os amores eu escolho o teu , entre as escolhas , minha escolha é você . E que eu derrame mil lágrimas , a nunca ter o que me queime,a nunca ter o que me mova .


Não posso te perder - mas involuntariamente já o faço - permanece então , apenas os rastros de um lugar já ocupado por você , agora oco , sem vida em meu corpo , meu coração se foi com o teu .


Mas continuo...


As portas estão fechadas , foi trancafiado a mil chaves – até então – jogaram-nas fora . Não sei o que quero mas o que não quero , parece estar sempre ao meu alcance . As entranhas em meu coração escondem caminhos que – penso eu – jamais chegar.Continuo e somente só.