No fundo eu sei que não adianta fingir satisfação. Eu tenho uma urgência muito grande da vida pra dizer sempre que está tudo bem. 'Está tudo bem' é só outra forma de dizer que venho sobrevivendo, ao invéz de viver. É como morrer todos os dias, mas não ter o alivio imediato da morte. Da vontade de sair correndo e gritar 'ei, eu to aqui.. eu quero viver' e nunca mais parar de repetir essa frase, porque eu sei o peso que as palavras tem.
Aprisionar os demonios ja não está adiantando. Tento viver uma vida superficialmente perfeita, mas ela não vai me dar a adrenalina de estar vivo. Tomar um tapa de luva na cara, as vezes é bom.
Eu quero abrir os olhos pro lixo que o ser humano é, o lixo que eu sou. E fede.
Tentar ser alguem melhor, mas reconhecendo a mediocridade da minha essência.
sábado, 26 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
Tempestade
Eu
testei alguns começos para este texto. Testei algumas frases
sem-sentido, alguns pensamentos filosóficos, algumas falas de
personagens que eram eu, mas que no fim, nada diziam sobre mim. Eu
procurei por respostas para que questões sinceras e simples pudessem ser
feitas, e procurei no dicionário por significados de palavras que
sequer existiam.
Permaneci
na busca por canções que musicista algum compôs, e olhei atentamente
toda a superfície do meu coração tentando encontrar alguns rascunhos de
uma felicidade antiga que ainda não fora terminada.
Vasculhei
os meus arquivos, os meus sentimentos inimigos e tentei com toda a
minha rara boa-vontade acabar de vez com essa história de navegar por
mares errantes.
Eu
deixei que o meu barco vagasse por conta própria e fui atrás desses
baús velhos que haviam dentro de mim. Encontrei o vazio juntamente com o
seu eco.
Meu
pequeno barco que carinhosamente apelidei de navio, bateu descontrolado
contra pedras inconvenientes naquele agitado mar de costume. Havia uma
tempestade ali. O vazio gritante de meus baús internos fez com que
aquele mar salgado de lágrimas se agitasse.
Virei.
Caí ao fundo e quase me afoguei. Tentei fugir, e ao tentar respirar, eu
só engolia mais água. Em cada vez que tentei escapar, a situação apenas
piorava.
Voltei
para a superfície, e numa terra pseudo-firme, eu tentei secar os meus
pertences. Sequei meus pensamentos, minhas frases, meus objetos. Sequei
minhas carências, minhas saudades, minhas dores. Estes já estavam se
recuperando, mas voltar a ser o que eram antes já não era possível. A
água fora cruel.
Eu
também testei alguns finais para este texto. Testei alguns enredos, que
se perderam nos meios. É possível notar que meus testes são apenas puro
clichê, assim como essas benditas palavras minhas, que com tanto afinco
são guardadas aqui dentro desde livro com o nome de "Minha Vida". Mas
no final, eu percebo que minhas histórias nunca se passam do começo, e
que mesmo o fim acaba não terminando.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Apenas venha
Quero que você venha, sem avisar, e quero que me abrace, sem
avisar também. Quero que você sinta, sem me dizer, pra que eu possa sentir só
de ver. Quero que você seja, e me deixe ser, eu em você. Quero a paz do teu
riso, a segurança do teu abraço. Quero ser quem sou
sem ter medo de ser, quero você sem qualquer máscara. Quero cuidar do teu
sorriso e limpar tuas mágoas. Quero teus olhos, tua boca e teu completo. Quero
sonhar acordada a noite toda. Quero ser motivo das tuas piadas sobre minhas
imperfeições que tantas elas são. Quero gostar de cada palavra tua. Quero completar tuas frases. Quero não
sentir medo, e se sentir, quero que me diga que não há sentido algum nisso.
Quero ter cor, palavra e sorriso.
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