Teria
perfurado, revirado e bagunçado meu cérebro com tuas palavras. Tuas sutis
palavras, que atravessavam cada fio dos meus neurônios. Era madrugada, cada
letra ecoava, dançava, seguia um caminho do meu subconsciente que até então
pouco era conhecido. Em cada frase se machucava.
Como
já dizem "a princípio estranha-se, depois entranha-se". Já eu, digo
que, em um eterno ciclo: estranha-se, depois estranha-se e então estranha-se
mais uma vez. É como um fascínio pelo desconhecido, onde se procura conhecer
mais a fundo e estranhar outra vez.
Queria dizer que, apesar de
nunca saber onde estou pisando, sigo e piso. Raramente tenho certeza das coisas
que me cercam, quase sempre parece que nada existe, que é invenção da minha
cabeça ou de outra. Queria dizer que, um dia, quero lhe dizer tanto. Mas agora
digo: te ver me cala a dor do coração.